Muitas pessoas estão em busca de mecanismos que melhorem o rendimento do seu capital. Para tanto, uma das principais estratégias é investir uma parcela do capital no mercado financeiro. Este ambiente é caracterizado pela atuação de entidades monetárias, órgãos encarregados de monitorar os procedimentos ali concretizados.
Para ter bons resultados em um planejamento, é essencial conhecer o mercado financeiro brasileiro atual, incluindo suas tendências e perspectivas. Pensando nisso, desenvolvemos um conteúdo com o propósito de ajudar os leitores a entender como ele surgiu, de que forma opera, suas tendências e como a reforma tributária, que vem sendo discutida pelo atual governo, vai impactar no setor.
Você quer saber mais? Então, continue a leitura e descubra!
Veja um breve histórico do mercado financeiro brasileiro
A história desse mercado se inicia com a vinda da família real de Dom João VI para o território brasileiro. O ano era o famoso 1808. Na época, o rei português e sua corte vieram se abrigar no Brasil. O motivo? A invasão francesa de Napoleão Bonaparte.
É dessa época a criação do Banco do Brasil, primeira instituição financeira nacional. Com ela, pode-se dizer que o mercado financeiro começou a dar os primeiros passos por aqui.
Depois dos estragos provocados pela Segunda Grande Guerra, encerrada em 1945, criou-se o Banco Mundial. Outra instituição financeira que ganhou vida foi o Fundo Monetário Internacional. Enquanto isso, no Brasil era inaugurada a SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito), incumbida da missão de regular as operações dos institutos financeiros do país.
Já no ano de 1964, houve uma nova mudança nos rumos organizacionais financeiros do Brasil. Aquela Superintendência da Moeda se transformou no Banco Central. Além disso, foi desenvolvido o Conselho Monetário do Brasil.
O órgão que fiscaliza os investimentos efetuados no Brasil é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que iniciou suas atividades em 1976. Vale notar, entretanto, que uma alteração foi fundamental para que atuação da CVM se destacasse.
Essa transformação ocorreu em 1988, ano em que um grupo de países estabeleceu uma série de diretrizes para o mercado financeiro. A partir de então, uma pessoa jurídica poderia administrar carteiras múltiplas, voltadas a investimentos diretos ou ao setor comercial, por exemplo.
Entenda o funcionamento do mercado brasileiro atualmente
Devido à contínua revolução digital, as mudanças sofridas pelo cenário financeiro internacional se refletem nos mercados específicos de cada país. Naturalmente, o Brasil não está livre dessa influência. Fato é que o uso cada vez mais frequente da tecnologia exigiu uma rápida e providencial adaptação das instituições financeiras.
Em vez de ser engolido pela era digital, o mercado financeiro se tornou seu grande aliado. Com isso, todo mundo saiu ganhando, pois os processos ficaram mais ágeis e precisos. A transparência e a credibilidade das operações também atingiram patamares mais elevados.
Uma maneira de visualizar tal momento é o acesso a contas bancárias por meio da internet. Se esse é um procedimento comum atualmente, basta lembrar que sequer era cogitado há algumas décadas.
Muito além disso, observamos o surgimento das fintechs, empresas de tecnologia que operam dentro do setor financeiro. Já temos exemplos muito bem-sucedidos de bancos totalmente digitais que vêm ganhando cada vez mais espaço entre o público consumidor.
Mais recentemente, houve ainda o crescimento das operações financeiras realizadas por smartphones. Como se trata de um dispositivo móvel, esse novo comportamento simboliza o nível dinâmico das operações financeiras nos tempos atuais.
O avanço da tecnologia, aliado ao uso da internet, diminui a distância entre as pessoas e as instituições financeiras. Se bem orientado, o usuário pode ter à disposição incontáveis informações valiosas sobre o mercado e seu próprio dinheiro.
Acompanhe as tendências do mercado financeiro brasileiro
Como vimos, a tecnologia domina e dita as tendências do mercado financeiro. Além de acelerar os processos dessa área e deixá-la mais fluida, ela proporciona resultados mais consistentes.
Também é importante lembrar que as revoluções digitais não param. Diante disso, quais seriam as próximas tendências? Uma empresa com um bom planejamento estratégico precisa conhecer cada uma delas, as quais serão apresentadas a seguir.
Inteligência exponencial
Com todo esse progresso tecnológico, uma área ganhou enorme destaque: a de tecnologia da informação. As soluções desenvolvidas pelos setores de TI atingiram níveis tão impressionantes que passaram a ser exponenciais.
Mais precisamente, a área de TI fornece uma inteligência exponencial, sendo que as soluções são absorvidas de forma mais acentuada pela empresa. Na prática, a inteligência artificial é capaz de se autoaprimorar — segundo a experiência obtida do convívio com o usuário. Exemplo disso é a customização que os softwares sugerem após serem utilizados por um usuário.
Logo, o programa aprende a filtrar as melhores opções, de acordo com a experiência de cada indivíduo. No ramo corporativo, essa transformação é profunda, afinal os serviços oferecidos também se adaptam à realidade de cada pessoa envolvida no negócio.
Everything as a service
Este conceito, por sua vez, envolve uma tendência que vem se consolidando cada vez mais no mercado. Estamos falando do desenvolvimento de soluções que atendem às necessidades de cada cliente.
Isso significa que os clientes ganharam mais liberdade para customizar os seus próprios pacotes de serviços. O funcionamento é similar ao da personalização da grade de programação de um pacote de TV fechada.
Logo, as soluções precisam estar totalmente alinhadas ao problema ou desejo de cada cliente. Por isso, a expressão everything as a service também é chamada de serviço sob demanda.
Dark analytics
Analisar dados é uma tarefa básica e inerente a qualquer organização empresarial do mundo. Conforme a qualidade dessa avaliação, torna-se possível estimar receitas e despesas com maior ou menor detalhamento.
Quais seriam os riscos atrelados a uma operação financeira, por exemplo? A lucratividade almejada compensaria o risco? Chegado o momento de investir, as empresas precisam conhecer o melhor direcionamento do dinheiro.
A expressão dark analytics se deve ao cruzamento dos dados do cenário atual com informações obtidas na deep web. O objetivo é maximizar o poder de precisão das estimativas do mercado financeiro. Dessa forma, os resultados possíveis se tornam igualmente mais profundos.
Ao recorrer à deep web, a empresa ganha um leque extra de informações preciosas sobre as atividades que permeiam o mercado. Assim, as ações a serem tomadas se tornam bem mais confiáveis — consequentemente, o planejamento estratégico passa a ser muito mais minucioso.
Descubra a influência do cenário político na área
Também não podemos deixar de falar sobre a influência do cenário político atual sobre o mercado financeiro. A gestão das finanças do país interfere na economia, pois pode ser mais ou menos conservadora.
Em 2019, a perspectiva é de um PIB mais robusto. No entanto, o crescimento econômico deve se manter em um ritmo desacelerado. O baixo índice do PIB no último trimestre de 2018 leva os especialistas a apontarem um crescimento de 2,5% (média) até o final do ano.
Essas especulações financeiras são baseadas no projeto de governo dos candidatos eleitos, principalmente o presidente da república. Os números podem mudar se algumas reformas não saírem do papel ou, ainda, caso as mudanças não agradem o mercado e os investidores.
Cada votação aprovada no Congresso Nacional tende a causar um grande impacto na Bolsa de Valores. Consequentemente, o mercado financeiro fica vulnerável a sofrer reflexos (positivos ou negativos) de uma maneira geral.
Confira como a reforma tributária vai impactar no mercado financeiro brasileiro
O Governo Federal está focando na realização de diversas reformas. A primeira, previdenciária, já causou um impacto positivo no mercado. Agora, o Ministro da Economia (junto ao presidente) apresenta a proposta de reforma tributária, que objetiva a simplificação da legislação tributária.
De forma geral, a ideia de alteração deve se ater a questões de simplificação e burocracia, não representando a efetiva redução de valores dos tributos atualmente cobrados. O principal objetivo dos governantes é ter uma maior racionalidade econômica, reduzindo as obrigações acessórias das empresas e a burocracia atrelada à legislação tributária e fiscal.
Uma das principais alterações é a criação do chamado Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS). A finalidade é substituir nove tributos existentes por apenas um, dinamizando a cobrança e facilitando a rotina tanto do fisco quanto dos contribuintes.
Entre os tributos que podem ser extintos com a reforma, está o ICMS — que deixaria de existir em razão da criação do IBS. Uma das vantagens desta extinção é a eliminação da guerra fiscal entre estados, na disputa de quem cobra alíquotas mais atraentes.
Além do ICMS, podem ser incorporados ao IBS (caso a reforma seja aprovada):
- Imposto sobre Serviços;
- Imposto sobre Produtos Industrializados;
- Programa de Integração Social;
- Imposto sobre Operações Financeiras;
- Salário Educação;
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;
- Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico;
- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.
Além da vantagem de simplificação no pagamento de tributos, a guerra fiscal entre estados seria praticamente resolvida, bem como o objetivo de desburocratizar os processos que envolvem o cumprimento das obrigações acessórias. Hoje, tais questões demandam muito tempo das organizações empresárias.
A reforma tributária é um tema extremamente importante, que vai gerar impactos significativos no mercado financeiro brasileiro atual. Ela favorecerá o desenvolvimento do país, a melhora das empresas e o surgimento de empregos.
Melhorando a produtividade das organizações, as mudanças devem impactar no PIB, contribuindo para o seu aumento. Também haverá um maior ingresso de investimentos e desenvolvimento do ambiente de negócios nacional.
Vale lembrar que a proposta inicial pode sofrer alterações, tendo em vista que precisa passar pela aprovação do Congresso e do Senado Nacional. Por isso, é preciso acompanhar a evolução do pedido e quais serão as eventuais mudanças propostas pelos deputados e senadores.
Como você pode perceber, o mercado financeiro brasileiro apresenta algumas tendências que seguem a escala global. Também é fácil notar que a realidade política de cada país oferece uma interferência a mais nos resultados dos mercados nacionais. Resta observar as previsões analíticas para o próximo ano, mas sem perder de vista as tendências tecnológicas do mercado.
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